
O encontro e as celebrações aconteceram no grande auditório do hotel, onde as irmãs foram distribuídas em número de 10, nas mesas redondas segundo o idioma de origem. A assembleia foi dividida em conferências, reflexões em plenário e momentos de partilha nos pequenos grupos. No momento da abertura a presidente da UISG, Maureen Cusick, NDS, acolheu a todos e apresentou o tema da assembleia, que foi tirado de um pensamento de São João de Deus: “Conheço bem a fonte que jorra e corre, ainda que seja noite”.
A primeira conferência teve por tema “Mística e profecia: um estilo de vida e novos areópagos” e foi apresentada pelo carmelita espanhol P. Ciro Gracia, inspirado na experiência mística de São João da Cruz. No momento de partilha as religiosas descreveram como noite a presente situação do mundo, os desastres naturais, as situações de violência e pobreza e o momento difícil por que passa a Igreja. Algumas irmãs não deixaram de expressar que o processo de conversão e diálogo faz-se necessário também ao interior da própria Igreja. A brasileira, Irmã Terezinha Rasera, Geral das Salvatorianas, que participou da Comissão Diretiva, nos últimos três anos definiu a experiência como um “lugar de aprendizado” onde se “vivem múltiplas diferenças”. Ela apontou como parte importante no processo dos últimos anos a busca por “manter o diálogo aberto com a Congregação para a Vida Religiosa”. “Conseguimos quebrar barreiras e estabelecer diálogo”, disse ela.
Durante uma das plenárias, a Irmã Liliane Sweko mencionou a situação dramática dos assassinatos e violência praticados contra mulheres na África. E precisou o número de irmãs mortas: “Somente no ano de 2003 foram registrados 235 assassinatos de irmãs”. "Mesmo que o mundo esteja sendo desfigurado pela violência, todos os tipos de terrorismo, guerras e conflitos, muitas vezes inflamados pelo poder e pelas multinacionais que buscam lucrar com estas situações, a fim de explorar as riquezas dos países pobres e manter as pessoas dominadas e oprimidas, nossa fé cristã nos assegura que Deus está sempre presente neste mundo”, reiterou a irmã.
A assembleia terminou com a Eucaristia de ação de graças animada por um coral de irmãs do Congo. O presidente da celebração, o Filipino padre Antonio Pernia, Superior Geral dos Verbitas ressaltou que vivemos um tempo de transição e que “é justamente neste tempo que nos vem o Espírito Santo.
A irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, Superiora Geral das Mensageiras do Amor Divino, que tem sua sede geral em Aparecida (SP), sentiu-se tocada pela “riqueza dos continentes e a realidade das culturas presentes”. Perguntada sobre as noites que desafiam a vida religiosa no Brasil ela apontou “a chaga da corrupção que reina no meio político” e as situações de violência no meio urbano, que invadem também os meios rurais. “É triste constatar que a expansão da droga faz com que o Brasil, um país jovem perca tantos jovens”, afirmou ela.
A irmã Tereza Valler, Geral das Catequistas Franciscanas, comenta que desta vez “a assembleia teve uma dinâmica diferenciada, com menos símbolos e menos movimentos, mas tivemos mais partilha, mais silêncio e mais momentos de escuta, no sentido de captar aquilo que a Divina Sabedoria está nos indicando nestes tempos de noite escura”.
Para a paraense, irmã Jaci Dutra Pessoa, que no ano passado foi reeleita para um segundo sexênio como superiora geral das Irmãs de Santa Dorotéia Frassinete, a assembleia “reanimou a esperança nos corações”. “É uma experiência forte de universalidade, de sentir a força da vida religiosa no mundo. Dilata muito os nossos horizontes”, conclui a irmã.
Nova Comissão Diretiva

Presença Brasileira
A presença das Superioras Gerais no cenário eclesial tem se tornado sempre mais significativa. Além disso, elas têm contribuído para o aprofundamento e reflexão do lugar da vida religiosa na igreja e no mundo. O Brasil contou com 71 Superioras presentes, das quais 40 residem em Roma. Cerca de 35 Gerais estiveram presentes na Assembleia.
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