Papa com o Presidente da República do Chipre, Demetris Christofias.
No início de uma viagem de três dias à ilha dividida do Chipre, o papa também disse a jornalistas a bordo de seu avião que espera que o ataque israelenses a uma frota de embarcações que levavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza não resulte na perda da esperança de paz no Oriente Médio.
Bento falou de sua "tristeza profunda" com a morte na quinta-feira do bispo italiano Luigi Padovese, importante autoridade católica na Turquia que foi assassinado a punhaladas por seu motorista turco.
"Ainda aguardamos uma explicação completa, mas não queremos confundir este episódio trágico com o Islã. É um caso à parte, que nos entristece, mas não devemos permitir que obscureça o diálogo (com o Islã) de qualquer maneira", disse o papa.
"Não devemos atribuir isso à Turquia ou aos turcos. O que é certo é que não foi um assassinato político ou religioso. Foi algo pessoal."
Autoridades turcas dizem que Padovese, que era proponente do diálogo com o Islã, foi morto por seu motorista, que teria dado sinais recentes de instabilidade mental.
O diálogo católico com o Islã tem sido difícil desde que o papa, em palestra dada em 2006 em seu país de origem, a Alemanha, equacionou o islã com a violência. Ele disse mais tarde que suas palavras tinham sido mal interpretadas, e desde então o Vaticano e lideranças islâmicas vêm procurando intensificar o diálogo.
"A despeito de nossas diferenças, os muçulmanos são nossos irmãos, e precisamos encorajar uma visão comum de diálogo com eles", disse Bento.
O objetivo principal da viagem do papa a Chipre, na qual Padovese deveria ter participado, é a divulgação, no domingo, de um documento provisório de um sínodo de bispos católicos do Oriente Médio, a ser promovido no Vaticano em outubro.
Respondendo a perguntas apresentadas com antecedência por jornalistas, o papa também expressou sua preocupação de que a fúria internacional desencadeada pela ação de Israel ao largo da costa da Faixa de Gaza não enfraqueça as esperanças de paz no Oriente Médio.
"Com todos esses episódios (de violência) pelos quais estamos passando, sempre existe o perigo de que se perca a paciência e que as pessoas digam 'basta, não podemos mais buscar a paz'", afirmou Bento.
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