Nascido em 14 de dezembro de 1932, na cidade de Cappela Picenardi, em cremona, na Itália, Emílio Pigonoli, terceiro filho de seis irmãos, do casal Carmelo Virginio Pignoli e Maria Morelli Pignoli, já chegou predestinado a se tornar um filho predileto de Nossa Senhora, pois ela veio consolar a perda irreparável de sua mãe, quando ele tinha 19 anos, e já estava no Brasil. Sempre se emociona ao lembrar da mãe, que ao despedir-se do filho, missionário de 19 anos de idade, enviado da Itália para o Brasil, já pressentia que não mais o veria neste mundo, o que foi se concretizar através de uma carta recebida da família, no Seminário em São Paulo, um ano depois. Terrível e dolorosa notícia! Maria Paulina Morelli Pignoli (vítima de uma doença cardíaca), acompanhou passo a passo a vocação do filho e o assistia, desde muito pequeno, quando das brincadeiras que fazia no quintal da casa, construindo "altarzinhos" e brincando de celebrar missa. Sem dúvida, sua vocação sacerdotal foi sendo consolidada no seio de sua família, proveniente de uma região rural da Itália, onde todos trabalhavam para ter assegurado o sustento diário. Todo o sacrifício da família Pignoli tinha sentido quando a mesma se reunia através das orações, quer nas refeições, quer na fidelidade às missas dominicais. Passaram por muitas dificuldades, entre elas as ameaças de morte com a Segunda Guerra Mundial, ocasião na qual viram cair no quintal de casa uma bomba. Neste contexto de "batalha" e "oração" é que desde criança, Emílio percebeu o valor da família, bem como, a necessidade de transformar um mundo tão violento em um mundo mais harmonioso, em um mundo mais "FAMÍLIA". O que vivera em casa queria anunciar ao mundo: O AMOR CONSTRÓI!
É provado: grandes personalidades ja nascem com a vocação pronta. Deus chama a todos de maneiras diferentes, muitos entre nós descobrem sua vocação depois de adultos, porém, algumas pessoas isso acontece de maneira definitiva já no principio de suas vidas. E certamente foi o que aconteceu o nosso Bispo Emérito. Desde muito pequeno já nutria em seu coração a vontade de ser sacerdote, isso se mostrava nas brincadeiras de oração, que mais tarde se tornam algo muito sério em sua vida, pois no quarto, ainda pré-adolescente, enquanto os irmãos queriam dormir, ele rezava, não permitindo que a luz se apagasse, o que gerava uma grande brincadeira entre os irmãos: chuva de travesseiros. Foi na catequese da Primeira Eucaristia, aos 6 anos de idade, que o garoto Emílio confessou a sua catequista, Dona Josefina, o desejo de ser padre. A catequista, muito experiente, logo foi explicando que para ser padre era preciso ter vocação, senão aquilo não passaria de um entusiasmo momentâneo, passageiro. Porém explicou que para se tornar padre ele deveria pedir a Jesus para lhe dar a vocação. Foi o que fez o menino Emílio. O exemplo de sacerdotes zelosos e de fiéis comprometidos com o Evangelho de Cristo, despertaram em jovens, o desejo de seguir a Jesus no seu discípulado. Dom Emílio viveu essa experiência em sua terra natal, seguindo os exemplos de seus pais cristãos, sua catequista e de seu pároco.
O menino Emílio crescia, como diz o Evangelho "em tamanho, graça e sabedoria". Embora vivesse um pouquinho do céu, no seio de sua família, o ideal de seguir a Cristo e de amar a Igreja falou tão forte em seu coração quem em 20.10.1945, com apenas 12 anos. ingressou no Seminário de Cremona, na Itália, a 18km de distância de sua casa, longe da família há quase 7 anos, o coração do Seminarista Emílio já não cabia mais no peito pois o desejo de ser missionário o impelia para uma grande missão. Convidado por Dom Luis do Amaral Mousinho, bispo de Pernambuco que iniciou um intercâmbio missionário de Seminaristas e Padre Italianos no Brasil, o então Seminarista Emílio não hesitou. Seu "sim" trouxe-o para a Arquidiocese de Ribeirão Preto, em São Paulo. Cursou Teologia na Faculdade Nossa Senhora da Assunção, no Ipiranga - SP.
Nas férias, realizava missões pastorais, a cavalo, com os congregados marianos, em Cravinhos, onde, aos 24 anos de idade, foi ordenado sacerdote pelo mesmo bispo que lhe convidara para vir ao Brasil: Dom Luis do Amaral Mousinho. Dia de grade festa. Uma vez sacerdote, Pe. Emílio Pignoli iniciou sua intensa jornada pastoral e vocacional. Assumiu a direção do Seminário de Ribeirão Preto e também a Obra das Vocações Sacerdotais, para a construção do novo Seminário em Brodowski. Durante a semana acompanhava a formação e orientação dos seminaristas, e nos finais de semana levava-os, em um caminhão, "aventura" querida pelos seminaristas, para a missão em várias fazendas de Ribeirão Preto. Entre as várias sementes espalhadas, foi ele o fundador e primeiro pároco da Paróquia Santa Maria Goretti, em Vila Virginia e construiu também a Igreja de Nossa Senhora Aparecida - Vila Seixas, hoje Santuário em Ribeirão Preto. Em 1965, com o desmembramento da Arquidiocese de Ribeirão Preto, criou-se a nova Diocese de Franca e o município de Oralândia, na nova Diocese, passa a ser o cenário de atuação do Padre Emílio. Agora, uma missão mais difícil e delicada, reconstruir a Paróquia de São José, que passava por uma terrível crise de fé, o padre anterior havia abandonado seu ministério, provocando um grande abalo. Como testemunha desta situação, Pe. José Geraldo Segantin, atual Vigário-Geral da Diocese de Franca que na época fora seu "coroinha" define o então Pe. Emílio como "restaurador", pois embora com apenas 33 anos de idade, cativou a todos e servia com autoridade de pai, carinho de mãe, inteligência de sábio e zelo de pastor. Lá ficou por 11 anos, sendo que assumiu também nos últimos sete anos a função de Coordenador de Pastoral da Diocese de Franca (1969 a 1976). Em 1976, outro desafio, este de proporções bem maiores que as anteriores: Pe. Emílio Pignoli é nomeado Bispo Diocesano de Mogi das Cruzes, por sua Santidade o Papa Paulo VI. Foi ordenado bispo aos 44 anos de idade, pelo então Núncio Apostólico, Dom Carmine Rocco, em Orlândia. Até os postes das ruas de Orlândia foram efeitados com flores, expressando o carinho pelo então Pe. Emílio e a felicidade de vê-lo agora, Bispo. A felicidade durou pouco, pois agora, o Pe. Emílio não seria mais de Orlândia, e sim Bispo em outra Diocese, de Mogi das Cruzes, com características bem distintas daquelas que já estava acostumado. Agora, além de assumir um novo cargo, Dom Emílio assumia a responsabilidade de pastorear uma Igreja da Grande São Paulo. Mais uma vez, Dom Emílio empenhou-se com tamanha dedicação, construindo novas igrejas, ordenando novos padres, promovendo entidades de serviço social, de ajuda aos mais carentes e organizando sua Diocese a ponto de subdividir a mesma estruturando a Cúria e a nova Diocese de Guarulhos.
Passados quase 13 anos,agora a missão é outra. Dom Emílio é nomeado Bispo da Diocese de Campo Limpo, por sua Santidade, o Papa João Paulo II, em 15.03.1989
Palavras de Dom Emílio retiradas de seu Livro Tombo:
Criada em 15 de março de 1989, a Diocese de Campo Limpo, foi instalada por Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns, em 4 de junho do mesmo ano. Para mim se apresentava um grande desafio. Unir uma multidão de gente (2,5 milhões de habitantes) para formar a nova Diocese, decidida pelo Papa João Paulo II. Era uma região bastante dividida em correntes de pensamentos e atitudes conflitantes. Começar tudo de novo. Uma diocese de estruturas mínimas, sem uma preparação prévia, sem Catedral e locais suficientes para formar o seu Clero.
Visitando as 30 paróquias existentes, percebi as grandes diferenças entre elas e as muitas CEB´s que caminhavam independentemente das paróquias. Depois de expor as dimensões pastorais da CNBB, em uma reunião com o clero e as religiosas iseridas, chegamos à necessidade de convocar uma 1ª Assembléia de Pastoral, para escolhermos prioridades de Ação. Coordenada pelo saudoso Pe. Mauro Batista, esta Assembléia destacou as 4 prioridades em orientariam nossa ação: Pastoral Familiar, Pastoral da Juventude, Pastoral Vocacional e Pastoral Sócio-Transformadora.
Fazendo uma avaliação destes 19 anos constatamos com alegria, que a Pastoral Familiar se estruturou melhor. Com compromisso de continuidade desta Pastoral, conseguimos que fosse declarada pela Santa Sé, Patrona da Diocese: a Sagrada Família de Nazaré. Com o empenho de muitos ganhamos o terreno e conseguimos construir nossa Catedral. A Pastoral da Juventude, depois de um momento de crise pela imposição e ideologia de alguns, caminha bem. A pastoral vocacional certamente foi a que mais produziu frutos visíveis nestes 19 anos. Também vocações femininas seguiram para os vários conventos e fraternidades apostólicas da região.
Dom Emílio criou 70 paróquias totalizando 100 paróquias em Campo Limpo, ordenou mais de 130 sacerdotes em seu episcopado, introduziu o projeto de alfabetização de adultos, onde se criaram mais de 133 salas e 2.600 pessoas atendidas, incentivou a criação da Caritas, entidade de promoção humana e assistência social, nas Paróquias, estabeleceu convênios com várias prefeituras e Centros de Juventude, criou o Instituto Rural Cardeal Rossi, e deu à nova Diocese seu Templo - Mãe, a Catedral Sagrada Família, construída em terreno por ele conquistado em doação da região central de Campo Limpo. Esta Igreja de cara nova, foi pastoreada por um Bispo que continua com o mesmo fôlego de sempre, que é exemplo de serviço ao próximo, de desapego, que sabe ser Pastor, Pai e Amigo. Exemplo a Ser seguido.
CONSOLIDAI VOSSA VOCAÇÃO!
34 ANOS DE BISPO, DOM EMÍLIO QUE SUA VIDA CONTINUE SEMPRE SENDO O GRANDE EXEMPLO DE AMOR A DEUS E A IGREJA! SAIBA QUE APENAS COM SEU TESTEMUNHO DE VIDA O SENHOR CONSOLIDOU MUITAS VOCAÇÕES PARA A IGREJA! OBRIGADO PELO SEU SIM!
NÓS TE AMAMOS !
PARABÉNS!
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