sábado, 10 de julho de 2010

1º CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL DE SEMINARISTAS


Durante a conferência que proferiu no 1º Congresso Missionário de Seminaristas, ontem, 9, em Brasília, o padre Almir Magalhães apontou o que chamou “armadilhas que bloqueiam a dimensão missionária”. Ele fez a conferência do dia sobre a formação intelectual dos futuros padres para uma missão sem fronteiras.


“Identifico estas outras armadilhas ou situações, sempre relacionando-as com o tema desta reflexão: a armadilha do individualismo, da secularização, do atual estilo religioso da sociedade pós-moderna, da sociedade da comunicação e do espetáculo”.

Segundo o conferencista, a armadilha do “fechamento em si mesmo” está ligada ao “exacerbado individualismo da sociedade moderna e pós-moderna”, transbordando para o cotidiano dos Agentes de Pastoral, formando o individualismo grupal. “Cada movimento, grupo, pastoral e comunidades se tornaram tarefeiros, cumpridores de tarefas. Fecham-se no seu pequeno mundo, não olham para o lado e o pior, às vezes se tornam competitivos”, disse.

Sobre a secularização, padre Almir diz que ela só é problema quando leva para o secularismo “que concebe a organização da vida sem Deus, sem religião”. “O desafio aqui é como criar uma consciência pastoral-missionária numa sociedade que se constrói sem Deus”, destaca.

Em relação à religiosidade na pós-modernidade, padre Almir alerta para o risco de uma religião e uma Igreja light, como conseqüência de um estilo hegemônico que atrai as novas gerações. “A formação tanto no seminário como acadêmica, tem se evidenciado impotente para reverter este quadro”, adverte o conferencista.

“O tema da religiosidade acaba assimilando uma das características da sociedade atual que se transformou na sociedade do espetáculo e que acaba por exercer uma grande atração e fascínio sobre as pessoas”, completa.

Padre Almir insiste que é preciso colocar a formação intelectual dos seminaristas no centro das atenções, “não como uma expressão que leve à vaidade, mas que nos qualifique para uma compreensão e prática missionária, tanto na configuração eclesial básica que é a Paróquia, como também numa compreensão universal, além fronteiras”.

“Os estudos filosóficos e teológicos tenham um claro direcionamento pastoral e missionário por se destinarem à formação dos pastores do Povo de Deus”, disse, citando o documento da CNBB sobre a formação dos seminaristas.

O Congresso Missionário prossegue hoje com testemunhos e com a conferência sobre a formação pastoral-missionária dos seminaristas. A palestra será proferida pelo missiólogo, padre Paulo Suess

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