Caros amigos O mês de agosto é um mês muito importante para nós católicos e sobretudo para a Pastoral Vocacional e os vocacionados. Estamos postando quatro textos importantes para a compreenção do sentido vocacional. Vejam a seguir. Dom Benedicto de Ulhoa Vieira Arcebispo Emérito de Uberaba - MG Em todas as profissões e postos de comando, existem no correr da história figuras notáveis ou pelo talento ou pela ação ou, até mesmo pelo escondimento. Exemplos notáveis não faltam na Igreja de quem se notabilizaram ou felizmente pela inteligência, pela ação evangelizadora ou, até mesmo pela simplicidade e humildade de suas vidas. Ao celebrar a festa litúrgica de São João Maria Vianney, pároco exemplar na história, não muito distante no tempo, da Igreja, somos – os padres – convidados a contemplar a vida operosa, dedicada e sublimada deste nobre e conhecido clérigo da Igreja da França. É ele constituído pelo Papa, como modelo luminoso de quem, fiel a sua sublime vocação tornou-se em todos os assuntos a figura modelar de um verdadeiro pároco, que na paróquia assume como que o posto de pai exemplar de todas as famílias. Não é difícil na vida atual da Igreja encontrar sacerdotes silenciosos, humildes e dedicados que no seu zelo pastoral são luzes bem claras da ação do sacerdote. Homens de oração, portanto de união íntima com Deus, de dedicação sacrificada ao bem dos irmãos, do desprendimento das coisas materiais, sabem viver integralmente em união mística como o fundador da Igreja: Jesus Cristo. Não fica difícil lembrar a figura do Cura D’Ars como modelo e protótipo do verdadeiro ministro de Deus. Como prova da aceitação do céu à vida exemplar deste humilde sacerdote francês, seu corpo não foi consumido pela terra e se encontra perfeitamente íntegro em seu oratório silencioso e glorioso no altar lateral da igreja paroquial de Ars, na França. Tem-se a impressão de o Santo ter deixado a terra minutos antes. Tive a felicidade de celebrar a missa neste altar, com o cálice que era de seu uso diário no tempo de sua vida terrena. Além disso, sente-se um clima de sobrenatural beleza diante daquele humilde altar em que o corpo de São João Maria Vianney se vê intacto como se estivera vivo. A festa do dia 4 de agosto em homenagem a São João Maria Vianney traz à mente de todos os sacerdotes do mundo o cuidadoso zelo pelas suas obrigações pastorais, pela sua dedicação ao povo de Deus e pela sua união mística com o Senhor do céu. É este o santo que a Igreja apresenta como modelo para o padre diocesano: viver na oração, dedicar-se exclusivamente aos que dele precisam e respirar um clima sobrenatural do contínuo contato com Deus pela vida contemplativa. São João Maria Vianney atrai, pela sua vida, os que na aspiração sobrenatural do sacerdócio guardam no coração o desejo sincero de viver na simplicidade os fulgores da vivencia amorosa com Deus. A festa de São João Maria Vianney é um humilde e eloquente convite a todos os párocos para gozarem no dia a dia do seu sacerdócio – que é eterno – as belezas místicas que emanam do exemplo luminoso da vida deste protetor que a Igreja nos apresenta como modelo exemplar da vida pastoral de nossas paróquias. Ter, 02 de Agosto de 2011 21:02 por: cnbb Cardeal Raymundo Damasceno Assis Arcebispo de Aparecida, SP Estamos no mês de agosto, um mês muito rico para a nossa vida em geral. É rico para a nossa vida familiar porque comemoramos o Dia dos Pais e temos a Semana da Família. É rico para a vida eclesial, pois temos grandes solenidades como a Transfiguração do Senhor, a Assunção de Nossa Senhora e Nossa Senhora Rainha. Celebramos grandes nomes da Igreja como Santo Afonso, fundador dos Missionários Redentoristas que cuidam da nossa Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, São Lourenço, padroeiro dos diáconos, Santa Clara, tão querida do nosso povo, Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina e que nos recorda a missão continental, o martírio de São João Batista, Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, a quem recordamos pelo amor ao seu filho e suas lágrimas pela sua conversão. Recordo, ainda, o grande São João Maria Vianney, o Cura d’Ars. Ele é o padroeiro dos nossos padres e sua memória é a grande motivação para que o mês de agosto seja o mês Vocacional. Neste mês, pensamos na vocação dos leigos e leigas, chamados a servir ao Reino de Deus através da sua índole secular, ou seja, sendo fermento na massa, sal da terra e luz do mundo em todos os ambientes em que vivem, ou seja, ambiente familiar, escolar, social, profissional, eclesial, no lazer, etc. Pelo testemunho dos leigos e leigas, muitas pessoas são motivadas a crer em Jesus Cristo, que nos leva à conversão e à participação na comunidade eclesial e na ação evangelizadora da Igreja, como discípulos e missionários. Refletimos também sobre a vocação religiosa, a vocação daquelas pessoas que procuram seguir Jesus e à Igreja pela vivência dos conselhos evangélicos: obediência, pobreza e castidade, na vida comunitária e no serviço a Deus e aos irmãos e irmãs, através da missão específica da ordem ou da congregação religiosa. Gostaria de pedir a sua atenção para a vocação sacerdotal. Todos nós sabemos da necessidade e da falta que temos de padres no nosso país, não apenas nas áreas missionárias mais distantes da nossa pátria, mas também, nas grandes cidades que crescem assustadoramente e o número de padres não acompanha este crescimento, com graves consequências para o povo de Deus, como a dificuldade para a participação na vida da Igreja, em especial nos sacramentos, a falta de acompanhamento espiritual e a pouca presença da Igreja nas grandes e graves questões que marcam a nossa época. Precisamos rezar, e rezar muito, para que tenhamos mais padres, e também para que os nossos padres sejam cada vez mais santos, fiéis a Jesus Cristo que os chama, e à missão que lhes é confiada. Que pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, nossa Mãe e Padroeira, imploremos ao seu divino Filho muitas vocações para a Igreja e, principalmente, muitos padres santos e preparados, para que o Evangelho seja anunciado, as pessoas se convertam, o mal seja vencido e o Reino de Deus cresça no coração e no meio dos homens. Qua, 03 de Agosto de 2011 09:23 por: cnbb Dom Paulo Mendes Peixoto Bispo de São José do Rio Preto - SP Na história concreta de existência das pessoas, um dado fundamental que as identifica é o seu estado natural de vida, a escolha que cada uma faz e assume na expectativa da felicidade. Dizemos e chamamos a isto de vocação, ou realização pessoal. Nem sempre podemos dizer que uma profissão seja propriamente uma vocação. Muitas pessoas realizam aquilo que não coincide com o que gostariam de fazer. Seria uma vocação errada, ou falta de oportunidade para exercer realmente o que gostaria? Na verdade, fazemos bem alguma coisa quando temos vocação para tal. Vocação tem a ver com a intensidade com que fazemos algo e a felicidade que daí podemos conseguir. Portanto, a medida da vocação está na amplitude da felicidade vivenciada. O termo “vocação” vem da palavra latina “vocare”, que quer dizer chamar. No contexto cristão dizemos que o vocacionado é uma pessoa que sentiu em si a vontade de Deus. É uma inclinação interna, que supõe um seguimento, uma resposta concreta de ação e vida. Não é difícil ver quem realmente é vocacionado. As suas ações são fecundas e benéficas para os outros. Ele põe vida no que faz e se identifica com sua ação. Caminha firme, sem medo e sem vacilar, porque está seguro da própria identidade e missão. No mês de agosto destacamos alguns tipos de vocações, todas elas identificadas com algum trabalho dedicado ao povo. Falamos da vocação sacerdotal, vocação dos pais, dos religiosos e religiosas, dos leigos e leigas cristãos, entre eles, os catequistas. São muitos os vocacionados na sociedade, cada um dentro de seus objetivos de vida concreta e com oportunidade de fazer o bem na construção de um mundo melhor e mais saudável para todos. Importa colocar essas qualidades naturais para render e dar frutos. Essa identidade de vida deve ser descoberta por cada pessoa. Além da descoberta, é uma escolha que supõe muita atenção, principalmente na adolescência e juventude. Havendo um erro, ele pode ser prejudicial e trazer consequências indesejáveis, prejudicando e dificultando um futuro feliz. Qui, 04 de Agosto de 2011 09:23 por: cnbb Dom Pedro José Conti Bispo de Macapá - AP Depois de quinze anos, transcorridos em duríssimas penitências, num lugar totalmente isolado, um homem tinha conseguido, finalmente, caminhar em cima das águas. Cheio de orgulho e satisfação quis comunicar a façanha ao seu mestre e lhe disse: - Mestre, depois de quinze anos, finalmente, consegui o poder de caminhar sobre as águas! - O mestre o olhou de soslaio e depois perguntou: - E você não se envergonha com isso? O que você conseguiu não vale nada. Qualquer um pode atravessar o rio pagando cinqüenta centavos ao barqueiro. E você gastou quinze anos para conseguir tal resultado! Como sempre espero que a historinha sirva para entender melhor a página do evangelho deste domingo. Escutando que Jesus caminhou em cima das águas para alcançar a barca onde estavam os discípulos, somos tentados a considerar somente o fato milagroso. Contudo sabemos que não é esta a finalidade dos Evangelhos. A maravilha que os gestos de Jesus suscitam sempre nos deve conduzir a algo mais. Nesse caso, a mensagem é evidente: Jesus nunca abandona os seus amigos. Até os obstáculos naturais como a água, o vento e as ondas não conseguem deter a presença viva e atuante do seu amor. Pedro quer experimentar essa presença, para ter certeza que Jesus não é um fantasma e que confiar nele não é ilusão. Assim, com os olhos fixos no Senhor para ir ao seu encontro, ele consegue o que parecia impossível. No entanto quando percebe a força do vento e o frio da madrugada, desvia o seu olhar, fica com medo, e começa a afundar. É fácil entender o que o evangelho quer nos dizer: devemos vencer as incertezas e as dúvidas, acreditar firmemente, confiando mais na força da oração e da súplica “Senhor, salva-me!” do que em algum evento fora do comum que, por ventura, possa vir a acontecer. O segredo da barca de Pedro – a barca dos discípulos e da Igreja toda que continua atravessando o mar e a penumbra da história humana– está na força da fé. Cantamos tantas vezes: “Segura na mão de Deus e vai...”, mas ainda duvidamos e sempre vale para todos nós a reprovação de Jesus a Pedro: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”. O verdadeiro extraordinário não consiste, portanto, em caminhar sobre as águas – que podemos entender como um sinal – mas na firmeza em sempre confiar no Senhor, nas circunstâncias favoráveis e também no meio dos ventos contrários, que querem nos afastar do Senhor e assim deixar de segurar sempre na mão dele. Neste mês de agosto, somos convidados a refletir e a rezar pelas vocações. A vida de todos nós é um dom que recebemos gratuitamente e, por isso, também um chamado a gastar bem o tempo precioso que nos é dado. De maneira especial, neste domingo, rezamos pelas vocações sacerdotais. Ao mesmo tempo, podemos e devemos agradecer a todos os padres que procuram viver na melhor maneira possível a missão que lhes foi entregue. Na vida de todo padre existem momentos inesquecíveis: o chamado e a resposta, a ordenação, a alegria e a responsabilidade de poder servir ao povo a ele confiado. Contudo os anos passam. A rotina, as incompreensões, as dificuldades com o povo, com os outros padres, com o bispo, podem gerar o desânimo e a desvalorização do próprio ministério. Nessa situação, o perigo é ver o ser padre como uma profissão qualquer. As outras profissões parecem mais promissoras, mais compensadoras em termos humanos e financeiros. Também se a medida da vida humana é o sucesso, surgem no coração do padre a incerteza sobre o próprio futuro e a insegurança se será lembrado ou não. Numa sociedade onde o que vale mais são as aparências e o estar no centro das atenções, o trabalho da evangelização, realizado na maioria das vezes com pessoas humildes, em lugares afastados e nas periferias, parece pouco atrativo. Em geral, o medo de não ser valorizado pelos outros como o nosso orgulho gostaria, faz surgir o desejo de aparecer, de ser considerado importante ou indispensável. Por causa disso, pode acontecer que o padre seja tentado de dedicar tempo e energias a outras atividades que, no entender dele, poderão lhe proporcionar mais satisfação e prestigio. O serviço do padre é uma missão, deve passar por dificuldades e perseguições como o próprio Senhor Jesus passou. Quem ama o seu ministério sacerdotal deve se preparar a ser o grão de trigo que, caído na terra, precisa morrer para produzir fruto. O “sucesso” na vida do padre deve ser comparado somente com o sucesso de Jesus Cristo e não com as estrelas que os interesses humanos criam. O segredo do padre sempre será colocar a sua mão na mão do Senhor, segurando-a, sem medo, com humildade e com perseverança. Conseguir fazer isso a vida inteira é o verdadeiro “milagre” que parece impossível a quem não crê. Peço esse milagre ao Senhor para mim e para todos os padres da nossa Diocese. |
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Mês Vocacional
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário